domingo, 26 de agosto de 2007

Textos bíblicos q gosto!

"Cristo, porém, veio como sumo sacerdote dos bens vindouros. Ele atravessou uma tenda maior e mais perfeita, que não é obra de mãos humanas, isto é, que não pertence a esta criação. Ele entrou uma vez por todas no santuário, não com sangue de bodes e de novilhos, mas com o próprio sangue, obtendo uma redenção eterna. De fato, se o sangue de bodes e de novilhos, e se a cinza da novilha, espalhada sobre os seres ritualmente impuros, os santifica purificando os seus corpos, quanto mais o sangue de Cristo que, por um Espírito Eterno, se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha, há de purificar a nossa consciência das obras mortas para que prestemos um culto ao Deus vivo."Hebreus 9, 11-14


"Cristo não entrou num santuário feito por mão humana, réplica do verdadeiro, e sim no próprio céu, a fim de comparecer, agora, diante da face de Deus a nosso favor. E não foi para oferecer-se a si mesmo muitas vezes, como sumo sacerdote (humano) que entra no santuário cada ano com o sangue de outrem. Pois, se assim fosse, deveria ter sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas foi uma vez por todas, agora, no fim dos tempos, que ele se manifestou para abolir o pecado através do seu próprio sacrifício. E Como é um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem o julgamento, do mesmo modo, Cristo foi oferecido uma vez por todas para tirar os pecados da multidão. Ele aparecerá uma segunda vez, com exclusão do pecado, áqueles que o esperam para a salvação." Hebreus 9, 24-28 (Bíblia de Jerusalém)

Mode ressurreição e segundo Adão!

"Mas dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir, Deus lhe dá o corpo que como quer; a cada uma das sementes ele dá o corpo que lhe é próprio.
Nenhuma carne é igual às outras, mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos quadrúpedes, outra as dos pássaros, outra a dos peixes. Há corpos celestes e há corpos terrestres. ...
...
O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual.
Se há um corpo psíquico, há também um corpo espiritual. Assim está escrito: o primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente, o último Adão tornou-se espírito que dá a vida. Primeiro foi feito não o que é espiritual, mas o que é psíquico; o que é espiritual vem depois. O primeiro homem tirado da terra, é terrestre. O segundo homem vem do céu. Qual o homem terrestre, tais são também os terrestres. Qual foi o homem celeste, tais serão os celestes. E, assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste.
Digo-vos irmãos: a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus. nem a corrupção herdar a incorruptibilidade. Eis que vos dou a conhecer um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final; sim, a trombeta tocará, e os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade." (I Cor, 15, 35...53)

Cântico dos Cânticos!


1 - Que me beije com beijos de sua boca!
Teus amores são melhores do que o vinho,
o odor dos teus perfumes é suave,
teu nome é como um óleo escorrendo,
e as donzelas se enamoram de ti...
Arrasta-me contigo, corramos!
Leva-me ó rei, aos teus aposentos
e exultemos! Alegremo-nos em ti!
Mais que ao vinho, celebremos teus amores!
Com razão se enamoram de ti...
...

3 - Em meu leito, pela noite,
procurei o amado da minha alma.
Procurei-o e não o encontrei!
Vou levantar-me,
vou rondar pela cidade,
pelas ruas, pelas praças,
procurando o amado da minha alma...
Procurei-o e não o encontrei!
Encontraram-me os guardas
que rondavam a cidade;
"Vistes o amado da minha alma?"
...
Filhas de Jerusalém,
pelas cervas e gazelas do campo,
eu vos conjuro;
não desperteis, não acordeis o amor,
até que ele o queira!
...
4 - ... Roubaste meu coração
minha irmã, noiva minha,
roubaste meu coração
com um só dos teus olhares,
uma volta dos teus colares.
Que belos são teus amores,
minha irmã, noiva minha;
teus amores são melhores do que o vinho,
mais fino que os outros aromas
é o odor dos teus perfumes.
Teus lábios são favo escorrendo,
ó noiva minha,
tens leite e mel sob a língua,
e o perfume de tuas roupas
é como a fragrância do Líbano.

És jardim fechado, minha irmã, noiva minha,
és jardim fechado, uma fonte lacrada.
...
5 - Filhas de Jerusalém,
eu vos conjuro:
se encontrardes o meu amado,
que lhe direis?...
Dizei que estou doente de amor!

domingo, 22 de julho de 2007

Sobre Projeciologia


Em 15 e 16 de jun de 1996... iniciei um curso de projeciologia no Instituto Intern Projeciologia em PoA. Bem, como técnica de projeção é muito interessante...

Pelo que percebi, deve-se ter muita ética ao aprender projeção (quanto mais se sabe, mais é exigido... mais "responsa" se tem). É ideal compreender que temos paralelamente iniciar um estudo introspectivo... pois de alguma maneira, isso pode ser usado a favor de nosso egoísmo. Trouxe para casa um livro de Francisco de Biasi, Despertar para uma Nova Consciência: um diário de suas experiências extracorpórias e me surpreendi ao encontrar nas experiências dele muitas peculiaridades idênticas as minhas, desde a infância.

Entre elas:

*Catalepsia - (Paralisia que geralmente se manifesta no início de uma projeção).

*Sonhos lúcidos.

*Projeções semi-conscientes.

*Vibração (com ruído metálico) no corpo, etc.

Iniciei uma disciplina de técnicas para conseguir projeções conscientes.

Então entendi que conexões adormecidas podem ser despertadas mediante a disciplina. Desde que se defina um objetivo, o cérebro conecta e acessa todas as informações possíveis... "Escaneia o Universo" prá te buscar as informações e as coloca a sua disposição! Foi o que claramente percebi! E enquanto lia o livro de Biasi, as projeções conscientes reiniciaram, porém com mais clareza... Lembro-me de ter adormecido e de repente estava num lugar projetada: é uma sensação de presença sem equiparação com o estado de vigília normal! Lembro-me de saber que meu corpo estava na cama, apesar de meu "outro corpo" estar em outro lugar! Olhei em volta e exclamei: _ Yes!! Estou projetada! _ Então lembrei-me do livro que estava lendo e do que Francisco pedia para fazer numa situação daquelas! Peguei uma fruta e experimentei, (era um limão, rs) e fiz um teste se conseguia volitar... subi e vi que estava numa chácara! Fiquei observando todos os detalhes do ambiente... (O que sempre me chama a atenção nestas ocasiões é a ausência do medo)! Comecei a "sobrevoar" todo o local e vi algumas rezes pastando... ao me aproximar "voando" elas me olharam e saíram em disparada... rsrs (Nossa! Como será que os animais vêem os que estão projetados?)

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Siga a seta!















(Imagem da Nasa, (dizem...))
Intercalam-se pelos anos o interesse pelas experiências espirituais e metafísicas, como ondas que vem e vão ao sabor de uma força maior do que eu... entre a força biofísica e extrafísica parece haver uma dança, como um pêndulo que me influencia sutilmente. Entre paixões e sede espiritual hoje de onde estou, vejo claramente que venho vindo ao encontro de um centro que se torna aos pouquinhos cada vez mais inabalável. Parece mesmo que já me atrevo a olhar para baixo, e vejo degraus de uma subida. Estou no início da escada que se projeta para baixo e para o alto em lugares insondáveis ainda para mim. Mas sigo, ainda que não queira, pois já percebo a fatalidade... é impossível não seguir adiante... como a criança que já não volta pro ventre materno, ainda que quisesse... pois não seria possível, mesmo que aparentemente não havendo ninguém prá impedir, ainda assim não é permitido!!!

domingo, 18 de março de 2007

Um sol inteligente!

Adormecí normalmente, sem medo. O medo de sufocar e morrer havia ído embora. Então tive um sonho. Mas um sonho tão nítido e mais nítido que a realidade convencional que passei a chama-lo de visão. Neste sonho estava tudo em trevas a minha volta e havia como que umas sombras ou vultos de árvores, árvores pequenas da minha altura como se fosse um pomar de laranjeiras e eu caminhava alí entre elas em linha reta com as muletas. A cada passo que eu dava e as muletas tocavam o chão juntas, fazia-se ouvir um eco profundo, um estrondo que ressoava como se estivesse dentro de uma catedral. Um eco profundo da batida das muletas quando tocavam o chão. Fiquei caminhando assim durante algum tempo, mas muito amedrontada olhando para os lados, seguindo em frente. Mas de repente ao chegar numa clareira, vi uma montanha e o dia começou a amanhecer. O Sol mais belo que já havia visto levantou-se por sobre aquela montanha muito rapidamente iluminando tudo; Minha vida, meu coração, o vale, o dia, e o céu se tornou de um brilho maravilhoso. O mais incrível foi que a medida que o sol subia no céu era como se Ele me conhecesse e estivesse nascendo dentro de mim, para me iluminar, para dizer que eu pertencia a Ele, e as muletas automaticamente voaram das minhas mãos e percebí imediatamente em mim uma saúde plena: mental, física e espiritual. Uma perfeição e um estado de paz pleno. No meu espírito havia gozo, uma felicidade sem limites, um conhecimento de saber-se amada e querida pelo Universo que se revelava para mim através daquele Sol. Aquilo não era sonho, era algo que já existia em algum lugar dentro de mim e que um dia despertaria. Lembro-me que fiquei com um sentimento de êxtase durante vários dias. O universo havia falado comigo da maneira mais real do que palavras. Na própria experiência de minha alma. Nessa experiência o que mais me chamou atenção foi a forte impressão de que o Sol era uma entidade e não uma simples estrela. Ele se comunicava comigo e eu entendia!

Flutuando...(Cap.7)

À tarde do outro dia adormeci:
De repente estava flutuando no alto do céu. Tinha consciência de estar dormindo em minha cama no hospital, porém me encontrava fora do corpo. O panorama que eu via era simplesmente maravilhoso. Sentia-me livre, sem peso nenhum, totalmente satisfeita emocionalmente, espiritualmente, mentalmente. Não havia amarras de nenhum tipo naquele estado de ser. Posso dizer com certeza de que esta é a verdadeira realidade de existir e que o estado de vigília normal que vivemos no dia a dia é obscurecido, incerto e confuso. Era o estado perfeito do ser. Estava sem o corpo físico, mas via melhor e sentia melhor, mais aguçadamente do que com o corpo material e não via o meu corpo, porém nem cheguei a conjecturar se tinha algum corpo naquele momento. Parecia que estava certo assim e pronto. Encontrava-me flutuando no azul do céu num ponto bem alto sobre uma colina que mais parecia um tapete verde de tão perfeita que era a grama. Logo avistei de longe uma casa de campo simples e uma cerca a sua volta. Tanto a casa quanto o cercado eram brancos. Dentro do cercado deitado junto a casa havia um buldogue também branco (lembrava-me o mesmo cachorro que ví na minha infância) me observando com atenção a medida que me aproximava do portão da cerca sua expressão se tornando aos poucos mais ameaçadora. Tudo era branco: A casa, a cerca, o cachorro, o portão... tudo contrastava fortemente com o azul do céu e o verde da colina! Ao me aproximar do portão, não sei porque tinha em mim a firme resolução de entrar naquele cercado, o cachorro branco veio disparando para me atacar e eu dizia comigo mesma: _ Estou em espírito, ele não pode nada contra mim, não pode me atacar, nem me machucar; e me sentia muito bem em constatar este fato. Não tive um segundo sequer de medo, (aliás nestas jornadas fora do corpo foi o que mais me chamou atenção: a beleza de não sentir medo). Atravessei o portão sem abrí-lo, e a fera me atacou direto na “cabeça espiritual" e eu continuei enfrentando a situação de forma espiritual e no momento seguinte voltei ao corpo sentando subitamente na cama do hospital, ouvindo o rosnado da fera dentro da minha cabeça por mais alguns segundos. Depois deste acontecido, tenho tentado compreender o significado pleno disto, mas estou certa de que alí começava a minha libertação, pois recebí coragem para enfrentar meus medos interiores que só Deus conhece. Mas Ele queria me dizer algo mais... e disse no outro dia...

Entrega (Cap. 6)

Mas voltando ao assunto da catalepsia:...
Já havia passado por uma dezena de cirurgias e mais umas, rsrs ... estava outra vez no Hospital Cristo Redentor em Porto Alegre, para mais duas cirurgias corretivas nas pernas. Estava com 19 anos e naquela ocasião aqueles estranhos estados de sufocação se acentuavam, sempre quando tentava adormecer. Esses processos se tornaram tão corriqueiros que apesar de me sentir muito mal, eu percebí que teria de fazer algo a respeito. E então decidi que ao invés de lutar contra aquela força que tentava me sugar para fora do corpo, iria me entregar, não a ela, mas à Divina Providência (esse o nome que tinha a vibração do Sol para mim) e que significava me abandonar nos braços de Deus. Teria de confiar em Deus. Imagine... afogando-se numa piscina e decidir não lutar contra a morte, e sim, apenas entregar-se? Era exatamente o que isso significava. Sim! Estava decidido: quando acontecesse de novo eu iria relaxar e me entregar e não lutar contra o sufocamento. ( Hoje lendo temas sobre este assunto... vejo que é exatamente esse o recomendado, mas até então, fazia tudo por intuição!) Decidi que se isso significasse morrer, teria então que ser assim. Eu já não suportava mais aquela situação me atormentando quase todas as noites. E foi o que eu fiz:
Estava só, no quarto do hospital, e a luz do corredor iluminava o quarto na penumbra por cima da porta através de um vitral. Deitei-me para dormir. Quando o sono vinha chegando no relaxar, aquela energia começou a tomar conta primeiro do meu abdomen superior, paralisando todo meu corpo, me sufocando, produzindo um som e uma força de aspirador gigante, juntamente com a sensação de estar sendo puxada para fora, por cima. Continuava consciente, controlando meu pânico e aos poucos relaxando e me deixando sugar. No momento seguinte estava voando dentro daquele fluxo, prá frente e para fora do corpo com total consciência de que havia realmente saído do corpo físico, e que ele estava na cama do hospital, e então tive a primeira visão. O fundo da visão era escuro como um muro escuro na penumbra da noite e alí estavam duas mulheres conversando, como se comentassem algo sobre alguém. Esse alguém era eu... Lembro-me que uma tinha um lenço na cabeça. No momento seguinte voltei imediatamente ao corpo, abrí os olhos e me sentei na cama, feliz por não ter morrido e pensei: _Ah Ha! Morrer sei agora que não morro, e assim, enchí-me de coragem para o próximo "sufocamento". E ele veio, do mesmo jeito, e eu fui de novo junto com o "fluxo" que me puxava para fora e novamente ví as mesmas mulheres conversando, só que agora meu espírito se aproximou mais delas e pude ouví-las conversando, e apesar de não entender as palavras eu sabia que comentavam sobre mim. Aproximei-me um pouco mais e elas me olharam surpresas com a minha presença e uma delas apontou o dedo em minha direção e disse: _ É ela! Num instante seguinte já me encontrava no corpo sentada na cama e totalmente normal, olhando a luz que vinha da janelinha acima da porta, ouvindo os passos das enfermeiras no corredor. Percebí que para voltar ao corpo era instantâneo. Não era dramático como sair. Sentí uma sensação de liberdade e bem estar por ter tido a coragem de enfrentar “aquela morte” e feliz por descobrir que existe algo maior que os nossos medos. E que essa proteção não nos abandona.

Enfrentando os medos! (Cap.5)

Foi então que resolví enfrentar um dos medos que eu tinha.
Hoje sei o seu nome: ...catalepsia. Mas na época... era o monstro que me visitava todas as noites!
Tinha uns 13 anos quando isso começou. Acontecia quando ía pegando no sono. Aquela coisa estranha me envolvia, me paralisava, deixando-me sem respiração. Estava consciente e tentava me mexer em vão. O desespero e o medo de morrer me invadia como uma nuvem negra. Uma sensação de pavor invadia minha alma. Era como se um super aspirador começasse a sugar meu espírito através do alto da cabeça. Podia ouvir uma espécie de zunido, muito forte. Então num esforço sobre-humano puxava meu espírito de volta para o meu corpo, lutando contra aquela força que me invadia, acabando por conseguir voltar para o meu corpo. Isso me deixava intrigada, pensativa. "Comos" e "porquês", rondavam minha cabeça durante anos. (Hoje sei que é um fenômeno comum, compartilhado por muitas pessoas, todas as noites.) E isto se repetiu muitas e muitas vezes ao longo dos anos, sem solução.

*************

Aos 9 anos, numa madrugada.... Na época de ferias voltava para casa: _Minha mãe havia ído visitar uma tia em Novo Hamburgo. Acordei normalmente naquela madrugada, com tranquilidade, bocejei me espreguiçando e olhando para a escuridão acima. De repente, algo começou a tomar forma como uma nuvem que se molda de cor cinza/beje que se movia até formar a figura de um cachorro furioso com os dentes à mostra em sinal de total agressividade. Uma gengiva vermelha brilhante, dentes enormes, olhos ferozes e um rosnado amedrontador. O meu grito no silêncio da noite também deve ter sido pitoresco para meu pai e meus irmãos. Meu pai veio me consolar e me levou para dormir com ele dizendo que eu havia tido um sonho mau, mas eu sei que não era um sonho, pois ví aquilo estando acordada. Quando meu pai acendeu a luz, ouví os passos do cachorro se distanciando.
Por mais que "Freud explique", a experiência de cada um é muito íntima e tem o seu próprio significado, porque cada um de nós é um mistério do criador. Somos tão parecidos e tão únicos. Abismos nos separam um dos outros. Abismos que só o perdão e a compreensão podem transpor. A verdade de um, pode ser um completo absurdo para o outro, e nada no mundo pode fazer com que duas pessoas vejam algo perfeitamente da mesma maneira. Bom, mas paradoxalmente, teoria tão científica mostra que num contexto maior e mais alto tudo se torna igual. É onde os abismos se unem e tudo se torna um... em outras moradas...

Mundo Interior (Cap.4)

Penso que o mundo interior é infinito, mas o medo restringe desde cedo, impondo limites, podando nossas asas para que o vôo não passe de tentativas. Essa é a função do medo! Creio que quase todas as pessoas vivem nestes limites impostos por esse tirano, e para ir além é preciso inevitavelmente nos lançarmos no abismo da morte dos temores.
Na minha experiência pessoal descobrí que ao enfrentarmos os abismos interiores, revélassê-nos a luz de um infinito que está dentro, e não fora... O infinito nos sorrí e abre seus braços como um pai que vê os primeiros passos de sua cria, quando apenas optamos pela coragem de seguir adiante: Intuo que o Universo festeja cada uma de nossas descobertas... Não é fácil tomar uma decisão quando racionalmente parece ser uma loucura, quando todas as pessoas a sua volta olham e balançam a cabeça em reprovação. Mas no seu íntimo existe uma luz com uma vibração própria que vem do Pai das Luzes, uma linguagem que só você pode compreender. É a linguagem dos anjos ressoando em teu coração, falando segredos que ninguém mais poderá perscrutar, porque o teu coração é um jardim fechado onde só você poderá descobrir flores que alí existem. E passear nestes jardins de mãos dadas com a Vida é algo que é dado somente àqueles que o procuram com ânsia: então o universo revelará seu Rosto e te amará como um amante loucamente apaixonado por tua alma, ansiando por estar em tua companhia. Hão de banhar-se juntos nas fontes das águas eternas e alí não haverá jamais lugar para solidão, porque o Amor estará pleno novamente como nas origens.

Presença (Cap. 3)

Sei que alguém especial saboreou minha presença... a quem em espírito me referia como sendo grande e divino, e então fui aprendendo a tê-Lo como referência para fugir para o Alto... A única coisa que era claro para mim era a sensação de ser um peixe fora da água, e quando estas pequenas experiências me aconteciam, ainda que durassem meio segundo, me faziam entrever uma existência que não era daqui, mas isso apenas fazia aumentar minha saudade... agora de algo mais distante ainda do que a casa de meus pais... porém de alguma forma e de maneira misteriosa, eu podia perceber cada vez mais a existência de Alguém que me acompanhava, ainda que isto fosse algo subjetivo para mim; não era claro, era como um segredo que cochichivam ao meu ouvido.
Os anos foram se passando e hoje depois de muitas voltas, por tantas religiões, filosofias e procuras de respostas, vejo esta figura ainda como guia... acho que jamais vou perder isso... Ficou registrado como algo legal, e conexões fortes se impuseram, apesar de ter me enojado de formas arcaicas de religiosidade, é que a Presença me fez entender que somos um... e isso não pode ser patenteado, pois o direito de compreender as coisas da consciência não pode ser barrado! Na prática o que para mim fez diferença real, foi quando muito mais tarde na minha vida vi a morte, dura e fria, e até aquele momento desconhecida... Mas isto é assunto para mais adiante. Naquela ocasião comecei a me absorver de esperança... que o medo temia! Nasci com medo... sobreviví pela esperança... Mas a busca é inerente ao ser...e a esperança nos espreita entre as frestas da janela de nossa alma, as vezes num silêncio frustante... mas ainda assim... teimosamente está lá...

Início de novas percepções... (Cap.2)

Era um colégio de freiras católicas... num geral eram bem gentis e dedicadas, exceto em raras situações de irritação!
Lembro-me que aos 4 anos estava no colo de uma freira que me trazia para a sala de recreação. A porta se abriu e vi várias moças, e crianças que ali estavam, e a freira me apresentou para elas. Neste instante tive uma experiência estranha, e bem mais tarde fui entender como uma experiência espiritual. Num átimo, olhando para aquelas pessoas, todas elas me olhando, tive a percepção de ser cada uma delas ao mesmo tempo. Naquele momento eu me encontrava em cada ser, em mim e nelas em separado e ao mesmo tempo. Com este sentimento veio uma alegria inexplicável e infinita e assim como veio se foi, como um anjo travesso brincando de me revelar mistérios... Se foi, deixando em mim uma profunda impressão; naquele momento, aos quatro anos de vida parecia-me ter a idade do infinito, tal o sentimento de grandeza religiosa (entendendo esse termo como religar-se a algo até então perdido) que me atingiu. Naquele momento então soube com certeza que não estava só, apesar de me sentir abandonada pela vida nesta dimensão. Parecem sentimentos contraditórios, mas é exatamente como consigo explicar, simplesmente por falta de palavras que transmitam melhor estas coisas da alma. Chego então a conclusão que tem coisas que não se explicam, apenas se reverenciam pela sua grandeza.

O tom tétrico da dor! (Cap.I)

Algo não posso negar: me parece nítido que a experiência da paralisia me proporcionou bem cedo, um caminho por onde eu fui obrigada a trilhar sem ter muita opção. Este caminho se revelou sofrido à princípio; e numa mescla de impotência e marginalização à que esta sequela me submeteu contra a vontade, me vi obrigada pelo atrito com a força do existir, a encontrar um outro meio de locomoção: as asas da alma. É... cedo comecei a ensaiar débeis vôos dentro na minha capacidade de compreensão que vinha de algum lugar dentro de mim e que afirmava existir um caminho de liberdade. Dentro de mim ensaiava a liberdade e aquilo que minhas pernas me impediam de fazer no mundo tridimensional, as asas da alma faziam no meu mundo interior com maestria: voar por dimensões desconhecidas dentro de mim.
Lembro-me bem, tinha 4 anos e há pouco havia sido trazida para o Educandário São João Batista em Porto Alegre. Meu pai e minha tia me deixaram lá numa tarde marcante... A imagem do meu pai se distanciando pelo corredor nunca mais me deixou... Tento definir esta sensação e o que me vem é como olhar prá dentro de um abismo profundo e escuro... você não tem opção quanto a isso, pois não enxerga nada... Faz bem pouco tempo que consigo me recordar disto sem passar por uma profunda dor. Para o meu coração então infantil, isso ficou registrado como marca de gado no campo da existência, e todos os fins de tarde eu lembrava da família, a dezenas de quilômetros longe... e bem parecia estarem do outro lado do mundo. Mergulhada numa saudade profunda, aos pouco fui aprendendo a sobreviver graças a espiritualidade que a vida teve a gentileza de me oferecer em cálice suave, e eu, ávida, saboreei...
Não demorou para que eu percebesse que não estamos sós, apesar de sentirmos muitas vezes esse desconforto, e se nos é vedado um caminho, é por que o universo tem outros para nos fazer por eles trilhar, andar e mesmo que você não queira: ... crescer.

Introdução

Não sei bem por onde começo. Talvez eu passeie entre as lembranças, tentando trazer cada uma a seu tempo, em seu especial significado.
Há muito estou para fazer isto como uma necessidade de organização existencial, para que organizando as lembranças eu possa montar o meu "quebra cabeça" interior e restaurar algo que está bagunçado dentro de mim...
Não tenho pretensão de parecer escritora, pois não sou... Vou preferir seguir a inspiração e que ela me guie ao que é mais importante lembrar, escrever e colocar do jeito que lhe aprouver...pois creio que nosso racionalismo por vezes nos faz perder a mensagem principal do espírito, embora por vezes o próprio espírito possa se servir da razão para bem nos mostrar o seu caminho.