domingo, 18 de março de 2007

Presença (Cap. 3)

Sei que alguém especial saboreou minha presença... a quem em espírito me referia como sendo grande e divino, e então fui aprendendo a tê-Lo como referência para fugir para o Alto... A única coisa que era claro para mim era a sensação de ser um peixe fora da água, e quando estas pequenas experiências me aconteciam, ainda que durassem meio segundo, me faziam entrever uma existência que não era daqui, mas isso apenas fazia aumentar minha saudade... agora de algo mais distante ainda do que a casa de meus pais... porém de alguma forma e de maneira misteriosa, eu podia perceber cada vez mais a existência de Alguém que me acompanhava, ainda que isto fosse algo subjetivo para mim; não era claro, era como um segredo que cochichivam ao meu ouvido.
Os anos foram se passando e hoje depois de muitas voltas, por tantas religiões, filosofias e procuras de respostas, vejo esta figura ainda como guia... acho que jamais vou perder isso... Ficou registrado como algo legal, e conexões fortes se impuseram, apesar de ter me enojado de formas arcaicas de religiosidade, é que a Presença me fez entender que somos um... e isso não pode ser patenteado, pois o direito de compreender as coisas da consciência não pode ser barrado! Na prática o que para mim fez diferença real, foi quando muito mais tarde na minha vida vi a morte, dura e fria, e até aquele momento desconhecida... Mas isto é assunto para mais adiante. Naquela ocasião comecei a me absorver de esperança... que o medo temia! Nasci com medo... sobreviví pela esperança... Mas a busca é inerente ao ser...e a esperança nos espreita entre as frestas da janela de nossa alma, as vezes num silêncio frustante... mas ainda assim... teimosamente está lá...

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