domingo, 18 de março de 2007

Enfrentando os medos! (Cap.5)

Foi então que resolví enfrentar um dos medos que eu tinha.
Hoje sei o seu nome: ...catalepsia. Mas na época... era o monstro que me visitava todas as noites!
Tinha uns 13 anos quando isso começou. Acontecia quando ía pegando no sono. Aquela coisa estranha me envolvia, me paralisava, deixando-me sem respiração. Estava consciente e tentava me mexer em vão. O desespero e o medo de morrer me invadia como uma nuvem negra. Uma sensação de pavor invadia minha alma. Era como se um super aspirador começasse a sugar meu espírito através do alto da cabeça. Podia ouvir uma espécie de zunido, muito forte. Então num esforço sobre-humano puxava meu espírito de volta para o meu corpo, lutando contra aquela força que me invadia, acabando por conseguir voltar para o meu corpo. Isso me deixava intrigada, pensativa. "Comos" e "porquês", rondavam minha cabeça durante anos. (Hoje sei que é um fenômeno comum, compartilhado por muitas pessoas, todas as noites.) E isto se repetiu muitas e muitas vezes ao longo dos anos, sem solução.

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Aos 9 anos, numa madrugada.... Na época de ferias voltava para casa: _Minha mãe havia ído visitar uma tia em Novo Hamburgo. Acordei normalmente naquela madrugada, com tranquilidade, bocejei me espreguiçando e olhando para a escuridão acima. De repente, algo começou a tomar forma como uma nuvem que se molda de cor cinza/beje que se movia até formar a figura de um cachorro furioso com os dentes à mostra em sinal de total agressividade. Uma gengiva vermelha brilhante, dentes enormes, olhos ferozes e um rosnado amedrontador. O meu grito no silêncio da noite também deve ter sido pitoresco para meu pai e meus irmãos. Meu pai veio me consolar e me levou para dormir com ele dizendo que eu havia tido um sonho mau, mas eu sei que não era um sonho, pois ví aquilo estando acordada. Quando meu pai acendeu a luz, ouví os passos do cachorro se distanciando.
Por mais que "Freud explique", a experiência de cada um é muito íntima e tem o seu próprio significado, porque cada um de nós é um mistério do criador. Somos tão parecidos e tão únicos. Abismos nos separam um dos outros. Abismos que só o perdão e a compreensão podem transpor. A verdade de um, pode ser um completo absurdo para o outro, e nada no mundo pode fazer com que duas pessoas vejam algo perfeitamente da mesma maneira. Bom, mas paradoxalmente, teoria tão científica mostra que num contexto maior e mais alto tudo se torna igual. É onde os abismos se unem e tudo se torna um... em outras moradas...

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