domingo, 18 de março de 2007

Flutuando...(Cap.7)

À tarde do outro dia adormeci:
De repente estava flutuando no alto do céu. Tinha consciência de estar dormindo em minha cama no hospital, porém me encontrava fora do corpo. O panorama que eu via era simplesmente maravilhoso. Sentia-me livre, sem peso nenhum, totalmente satisfeita emocionalmente, espiritualmente, mentalmente. Não havia amarras de nenhum tipo naquele estado de ser. Posso dizer com certeza de que esta é a verdadeira realidade de existir e que o estado de vigília normal que vivemos no dia a dia é obscurecido, incerto e confuso. Era o estado perfeito do ser. Estava sem o corpo físico, mas via melhor e sentia melhor, mais aguçadamente do que com o corpo material e não via o meu corpo, porém nem cheguei a conjecturar se tinha algum corpo naquele momento. Parecia que estava certo assim e pronto. Encontrava-me flutuando no azul do céu num ponto bem alto sobre uma colina que mais parecia um tapete verde de tão perfeita que era a grama. Logo avistei de longe uma casa de campo simples e uma cerca a sua volta. Tanto a casa quanto o cercado eram brancos. Dentro do cercado deitado junto a casa havia um buldogue também branco (lembrava-me o mesmo cachorro que ví na minha infância) me observando com atenção a medida que me aproximava do portão da cerca sua expressão se tornando aos poucos mais ameaçadora. Tudo era branco: A casa, a cerca, o cachorro, o portão... tudo contrastava fortemente com o azul do céu e o verde da colina! Ao me aproximar do portão, não sei porque tinha em mim a firme resolução de entrar naquele cercado, o cachorro branco veio disparando para me atacar e eu dizia comigo mesma: _ Estou em espírito, ele não pode nada contra mim, não pode me atacar, nem me machucar; e me sentia muito bem em constatar este fato. Não tive um segundo sequer de medo, (aliás nestas jornadas fora do corpo foi o que mais me chamou atenção: a beleza de não sentir medo). Atravessei o portão sem abrí-lo, e a fera me atacou direto na “cabeça espiritual" e eu continuei enfrentando a situação de forma espiritual e no momento seguinte voltei ao corpo sentando subitamente na cama do hospital, ouvindo o rosnado da fera dentro da minha cabeça por mais alguns segundos. Depois deste acontecido, tenho tentado compreender o significado pleno disto, mas estou certa de que alí começava a minha libertação, pois recebí coragem para enfrentar meus medos interiores que só Deus conhece. Mas Ele queria me dizer algo mais... e disse no outro dia...

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