domingo, 18 de março de 2007

Início de novas percepções... (Cap.2)

Era um colégio de freiras católicas... num geral eram bem gentis e dedicadas, exceto em raras situações de irritação!
Lembro-me que aos 4 anos estava no colo de uma freira que me trazia para a sala de recreação. A porta se abriu e vi várias moças, e crianças que ali estavam, e a freira me apresentou para elas. Neste instante tive uma experiência estranha, e bem mais tarde fui entender como uma experiência espiritual. Num átimo, olhando para aquelas pessoas, todas elas me olhando, tive a percepção de ser cada uma delas ao mesmo tempo. Naquele momento eu me encontrava em cada ser, em mim e nelas em separado e ao mesmo tempo. Com este sentimento veio uma alegria inexplicável e infinita e assim como veio se foi, como um anjo travesso brincando de me revelar mistérios... Se foi, deixando em mim uma profunda impressão; naquele momento, aos quatro anos de vida parecia-me ter a idade do infinito, tal o sentimento de grandeza religiosa (entendendo esse termo como religar-se a algo até então perdido) que me atingiu. Naquele momento então soube com certeza que não estava só, apesar de me sentir abandonada pela vida nesta dimensão. Parecem sentimentos contraditórios, mas é exatamente como consigo explicar, simplesmente por falta de palavras que transmitam melhor estas coisas da alma. Chego então a conclusão que tem coisas que não se explicam, apenas se reverenciam pela sua grandeza.

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